quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Em xeque, Arnaldo Tirone completa um ano no comando do Palmeiras

Há um ano, em 19 de janeiro de 2011, Arnaldo Tirone sorria e festejava a eleição para a presidência do Palmeiras. Hoje, porém, o mandatário não tem tantos motivos para sorrir, pelo menos no que diz respeito à administração do clube.

Em xeque, Tirone inicia seu segundo ano de mandato com uma série de questões a serem resolvidas e protestos a serem superados. A começar pela tensa relação entre o seu técnico, Luiz Felipe Scolari, e seu vice-presidente, Roberto Frizzo, passando pelos problemas financeiros e terminando naquilo em que o torcedor mais se interessa: os resultados dentro de campo.

A contratação do atacante argentino Hernán Barcos só fez agravar o diálogo entre os dois homens do futebol do Palmeiras. Felipão pediu o atacante, que acabou contratado da LDU, do Equador, mas Frizzo não queria que o negócio saísse – sua intenção inicial era trazer a aposta Luis Caballero, do Olimpia-PAR. A situação foi o estopim para que o técnico perdesse a paciência logo no início do ano.

A partir daí, aumentou a pressão pela saída de Frizzo do departamento de futebol. Um abaixo-assinado de torcedores circula na internet pedindo a saída do dirigente. Sem contar a pressão interna, que faz até o vice ser cobrado por sócios nas visitas que faz à sede do clube. Mesmo com tamanha indignação, Frizzo diz não ter qualquer intenção de se afastar.

Parecia que o ambiente tinha melhorado, mas as ratazanas voltaram a aparecer"
Roberto Frizzo, vice do Palmeiras

– A pressão por resultados é normal, não temo isso. Parecia que tinha melhorado o ambiente, mas as ratazanas voltaram a aparecer – afirmou Frizzo, ironizando seus detratores.

Arnaldo Tirone quer manter a parceria com seu fiel escudeiro até o fim, ainda que seja hostilizado por conta disso. O ex-presidente Mustafá Contursi já rompeu relações com a dupla, o que significa menos apoio para uma eventual reeleição no início de 2013 - e Tirone já admitiu que pensa em se reeleger.

Após as sucessivas crises envolvendo o atacante Kleber, Felipão e Frizzo, o presidente passou a “sumir” e falar menos. Acusado por conselheiros opositores de omisso, passou até a ser chamado de “banana” pelos palmeirenses. Um ano nada positivo na relação com a massa.

Finanças resolvidas ou não?

Com uma dívida de cerca de R$ 125 milhões no início de sua gestão, Tirone tomou uma decisão para tentar dar fôlego à economia do clube: esticou praticamente todas as dívidas deixadas pela administração anterior, de Luiz Gonzaga Belluzzo. O Verdão está gastando menos por mês com credores, mas terá de pagar bem mais no fim das contas. Em 2011, o clube diz ter quitado R$ 50 milhões em dívidas que herdou de Belluzzo.

A política de contenção de gastos adotada no ano passado até deu resultado, mas não o esperado. O déficit ao fim de 2011 foi de cerca de R$ 28 milhões, e o clube atrasou a segunda parcela do 13º salário, pago uma semana depois do combinado. Para 2012, Tirone prometeu um orçamento maior para o futebol, mas ainda há dificuldades para contratar jogadores.

O resultado vem dentro de campo. Depois de um ano sem alegrias, o Palmeiras ainda se reforça timidamente para a temporada, com as chegadas de Juninho, Adalberto Román e Daniel Carvalho. A chegada de Hernán Barcos por mais de US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 6,2 milhões), pode significar o início de uma nova fase na atual administração. Hoje, porém, Tirone não tem motivos para celebrar um ano de mandato que grande parte dos torcedores prefere esquecer.

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